
Quer dar uma ideia à Arquidiocese de Braga com o objectivo de melhorar a sua comunidade?
Patrice Agossa começou como carpinteiro em Parakou, a cidade no norte do Benim onde nasceu em 1969.
O seu gosto pela marcenaria levou-o a matricular-se aos 18 anos no centro de formação profissional que os Salesianos de Dom Bosco dirigiam na sua cidade natal.
“Escolhi a opção de carpintaria. No centro fazíamos teoria e prática. Fiz três anos de formação lá e recebi um diploma”, lembra Agossa, hoje com 53 anos.
O rigor da formação refinou a sua paixão pela marcenaria e despertou nele certas predisposições.
“No centro, praticávamos uma marcenaria muito fina. Comecei a esculpir padrões nos móveis que estávamos a fazer. Foi assim que, aos poucos, me fui descobrindo nas artes plásticas”, conta.
Sob o olhar atento do seu irmão mais velho, escultor de profissão, continuou a aperfeiçoar as suas habilidades na área, mas o grande avanço veio em 1995.
“Naquele ano, preparei e produzi uma exposição de esculturas em madeira no Centro Cultural Francês de Parakou. Um cliente apareceu de repente para recolher grande parte do que eu havia exposto”, recorda.
A carreira de Agossa como artista visual estava agora lançada e só iria fortalecer-se.
Observa que “a talha exige muito trabalho e tempo, mas os clientes não pagam preços condizentes com o esforço envolvido”.
Mais ou menos na mesma altura começou a fazer trabalhos de escultura que envolviam cimento e gesso.
Foi neste contexto que, por volta do ano 2000, o Salesiano padre Fermin Nuevo o convidou a ver o que poderia fazer para ajudar a decorar uma nova paróquia de Santo António de Pádua que estava a ser construída na Arquidiocese de Parakou. Agossa lembra-se disso com emoção.
“Foi a primeira vez que trabalhei oficialmente para a Igreja. O Padre Fermin apoiou-me muito depois e deu-me conselhos sobre como melhorar”, lembra.
Depois disso, colaborou com o seu irmão mais velho na confecção de baixos-relevos para outra paróquia da arquidiocese.
“Para este projecto, foi necessário representar as cenas do Antigo Testamento em madeira”, diz.
Logo se tornou independente e começou a aceitar contratos para criar arte religiosa para várias paróquias de outras dioceses do Benin.
“Na paróquia de Sèhouè [sul do Benin], por exemplo, fiz a imagem de Maria Auxiliadora, uma imagem do Sagrado Coração, um Calvário e o mural atrás do altar”, diz com orgulho.
Agossa está convencido de que as suas criações artísticas são uma forma de anunciar o Evangelho.
“Quando, por exemplo, numa paróquia, desenvolvo uma perícope bíblica sobre madeira, é um trabalho que irá comunicar a Palavra de Deus às pessoas ao longo de décadas e talvez séculos”, diz. “É emocionante!”.
Mas lamenta que “a arte plástica não seja suficientemente valorizada no Benin porque não há realmente uma educação nesse sentido para despertar a consciência artística”.
Além disso, há muita concorrência, pois muitas pessoas passaram a fazer artes plásticas como hobby.
“A primeira qualidade de uma obra de arte é a beleza”, insiste Agossa. “E além de todas as relativizações possíveis, há cânones sobre o assunto que uma verdadeira obra de arte deve respeitar absolutamente”.
Artigo de Juste Hlannon, publicado no La Croix International a 30 de Junho de 2022.
Rua de S. Domingos, 94 B 4710-435 Braga
253203180
253203190
Quer dar uma ideia à Arquidiocese de Braga com o objectivo de melhorar a sua comunidade?