
Quer dar uma ideia à Arquidiocese de Braga com o objectivo de melhorar a sua comunidade?
A nova abordagem vocacional na Arquidiocese de Nova Iorque lembra ao Padre George Sears a sua própria jornada vocacional, na medida em que espera que permita aos jovens conhecer os padres para além do que vêem no altar, tal como aconteceu com ele ao crescer em diferentes paróquias.
Sears, que é administrador da Grande Paróquia do Santo Nome de Jesus – São Gregório, em Manhattan, tornou-se director vocacional da Arquidiocese a 28 de Outubro. O cardeal Timothy Dolan nomeou simultaneamente 15 promotores vocacionais regionais para a arquidiocese.
“Quando Jesus chamou os seus discípulos, não colocou panfletos na sinagoga nem pôs qualquer tipo de póster na praça da aldeia. Foi um convite pessoal. Então, o que estamos a tentar fazer em Nova Iorque é trabalhar com um grupo de quinze padres e fazer uma abordagem mais pessoal para construir comunidades de jovens adultos que levam a sua fé a sério”, disse o Pe. Sears ao Crux.
De certa forma, a abordagem é um esforço para diminuir o tamanho da Arquidiocese – a segunda maior do país depois da Arquidiocese de Los Angeles, com 2,81 milhões de católicos – para os que estão a discernir um chamamento ao sacerdócio. Sears disse que a ideia é que cada um dos quinze padres forme as comunidades de forma orgânica, “estando atentos aos jovens que estão interessados nas questões da sua fé” e promovendo eventos que já são comuns nas dioceses de todo o país, como encontros semanais/mensais, grupos de oração e de “partir o pão”.
“A ideia é ter um lugar onde os mesmos dois ou três padres estejam lá, para que possam estabelecer relações com eles e para que os jovens se sintam confortáveis para fazerem aquelas perguntas difíceis, podendo ser um lugar onde podem explorar a questão do que Deus pode estar a sonhar para eles com os seus futuros”, disse Sears. “Com isso, acho que vamos encontrar muitos candidatos excelentes ao sacerdócio, mas também para a vida religiosa e para a vida de casados.”
A Arquidiocese de Nova Iorque não está sozinha. Outros directores vocacionais em grandes dioceses dos EUA estão a reformular os seus departamentos vocacionais e a adoptar algumas abordagens novas. Para a Semana Nacional das Vocações, o Crux também conversou com os directores vocacionais sobre os desafios que enfrentam no trabalho vocacional moderno. As respostas variam, no entanto, todas estão enraizadas num conceito que muitos acreditam estar a afectar negativamente diferentes aspectos da igreja: a secularização.
“De certa forma, porque há muita incerteza no mundo, as pessoas procuram protecção e segurança”, disse Sears. “Como cristãos, somos chamados a um pouco mais e acho que isso pode ser um desafio no mundo em que vivemos. Tanto os jovens como as suas famílias têm algumas dúvidas de que aquilo que Deus está a pedir não leve necessariamente ao resultado mais feliz ou gratificante”.
O padre Sean Magaldi, director vocacional da Diocese de Rockville Centre, disse ao Crux que considera “a falta de fé” o maior desafio para o trabalho vocacional.
“Às vezes acho que é difícil acreditarmos que Deus é suficiente e aquela ideia de entregar a vida a Deus torna-se assustadora porque os confortos deste mundo são tangíveis, enquanto às vezes o amor de Deus pode não parecer tão tangível”, disse Magaldi.
O padre Timothy Monahan, director vocacional da Arquidiocese de Chicago, disse ao Crux que o maior desafio é o “medo do compromisso”. O padre David Friel, director vocacional da Arquidiocese de Filadélfia, disse ao Crux que “há lutas com a própria oração” na cultura moderna. Ambos observaram que não é possível convencer alguns pais e famílias.
O padre Michael Zimmerman, director-assistente das vocações da Arquidiocese de Boston, destacou que a secularização em si é o maior desafio com uma “diminuição no número de pessoas que praticam a fé”.
Apesar da secularização, o número de ordenandos em todo o país permaneceu estável nos últimos anos. De acordo com os relatórios anuais de ordenação da Universidade de Georgetown, havia 472 ordenandos na turma de 2021, em comparação com 448 em 2020 e 481 em 2019, segundo o Centro de Investigação Aplicada no Apostolado (CARA) da Universidade de Georgetown. A última grande queda ocorreu de 2017 a 2018, mostram os registos do relatório anual, quando o número caiu de 590 para 430, respectivamente.
Dito isto, nas conversas com o Crux, os orientadores vocacionais destacam a criação de relações pessoais com aqueles que estão a discernir como forma de combater a secularização, algo que se vê em novas abordagens de outros gabinetes vocacionais como na Arquidiocese de Nova Iorque.
O departamento vocacional da Arquidiocese de Boston, por exemplo, renovou o conceito dos seus eventos presenciais durante a pandemia COVID-19, com ênfase na criação de uma comunidade masculina em Boston. O departamento também levou os seus retiros para as paróquias e o seminário, “para torná-lo mais experiencial e para que as pessoas possam realmente ver a vida do padre”, mas também proporciona outros retiros que são mais individuais para ajudá-los a ter tempo para rezarem e tomarem uma decisão intencional.
Outro exemplo é a Diocese de Rockville Centre, onde o Pe. Magaldi se prepara para desvendar o novo modelo de equipa do departamento, que segundo ele será uma oportunidade para se relacionar melhor com as pessoas que estão a discernir o sacerdócio.
“Uma equipa permite uma abordagem diferente, já que teremos padres diferentes a falarem em eventos diferentes, o que permite diferentes perspectivas”, disse Magaldi.
Quando se trata de convencer as famílias, Monahan diz que o importante é estar disponível e manter uma conversa sobre as suas preocupações.
“O meu grande apelo aos pais é apenas dizer «olhem, eu entendo-vos, eu passei por isso com a minha própria família, mas se Jesus está a fazer algo no coração do seu filho, por favor, ajudem-no. Ele precisa do vosso amor. Ele precisa do vosso apoio. Dêem-lhe a um ano e logo vêem como se sai»”, disse Monahan.
Friel quer lembrar os padres locais que, apesar do trabalho do departamento para as vocações, são eles que têm uma influência real sobre aqueles que estão a discernir.
“São os padres nas paróquias e ou os ministros do campus nas escolas secundárias e faculdades que têm uma influência real e decisiva em encorajar alguém a considerar a vida sacerdotal”, disse Friel. “A cadeira do outro lado da minha escrivaninha não é o lugar onde alguém algum dia pensou no sacerdócio”, concluiu.
Artigo de John Lavenburg, publicado a 12 de Novembro de 2021 no Crux.
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