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O Vaticano apresentou esta quinta-feira o novo Directório para a Catequese. A nova edição sublinha o impacto das novas tecnologias e da globalização na transmissão da fé, para além de defender uma maior atenção às pessoas com deficiência, migrantes e reclusos na acção das comunidades católicas.
“Na Igreja, muitas vezes, é habitual uma comunicação unidireccional: prega-se, ensina-se e apresentam-se sínteses dogmáticas. Além disso, só com um texto escrito é difícil falar aos mais jovens, habituados a uma linguagem que consiste na convergência da palavra escrita, som e imagens”, refere o texto.
O documento que vai orientar a acção catequética das comunidades católicas sublinha as possibilidades de “interação” abertas com as redes sociais e plataformas digitais, que alteram “a própria abordagem da experiência fé”.
Os catequistas são desafiados a aproximar a linguagem na rede com a linguagem religiosa, num acompanhamento pessoal que leve “cada jovem a redescobrir o seu projecto pessoal de vida”.
“Este caminho requer que se passe da solidão, alimentada pelos likes, à realização de projectos pessoais e sociais a realizar em comunidade”, pode ler-se.
Estas propostas, destaca o Vaticano, serão cada vez mais digitais, exigindo “formas inéditas de evangelização” que levem a “acções pastorais globais, tal como é global a cultura digital”.
O novo Directório adverte para os limites e problemas do digital, observando que o processo deve ser colectivo e nunca individual, passando do mundo “isolado das redes sociais para a comunidade eclesial”.
“A catequese valoriza todas as linguagens que a ajudam a realizar as suas tarefas; de modo particular, tem uma atenção em relação à linguagem narrativa e autobiográfica”, bem como a arte, acrescenta o texto.
A Santa Sé destaca também a “exigência de colocar tudo em chave evangelizadora”, projectando “espaços e propostas concretas para o primeiro anúncio e para repensar a iniciação cristã em chave catecumenal”.
O Directório fala da catequese como “laboratório” de diálogo, apresentando princípios teológico-pastorais e orientações gerais para o sector, com destaque para a formação dos catequistas.
O Vaticano sublinha que todos são responsáveis pela acção catequética, falando no papel dos bispos, padres, consagrados e consagradas neste processo, na relação com os pais, padrinhos e com os avós, destacando o papel dos mais velhos na transmissão da fé.
No texto assume-se ainda o compromisso de “evitar qualquer género de abuso, seja ele de poder, de consciência, económico ou sexual”.
“As pessoas com deficiência constituem uma oportunidade de crescimento para a comunidade eclesial que, com a sua presença, é incentivada a superar os preconceitos culturais”, refere também o documento.
O texto orientador da pastoral catequética desafia cada diocese a promover o acolhimento e “presença habitual das pessoas com deficiência”, marcando posição em favor de uma cultura da inclusão “contra a lógica do descarte”.
“As pessoas com deficiências intelectuais vivem a relação com Deus no imediatismo da sua intuição e é necessário e condigno acompanhá-las na vida de fé. Isso exige que os catequistas procurem novos canais de comunicação e métodos mais adequados para favorecer o encontro com Jesus”, pode ler-se.
O documento sugere formação específica e pede que os catequistas acompanhem também as famílias de pessoas com deficiência, “acompanhando-as e favorecendo a sua plena inserção na comunidade”.
O novo Directório – o terceiro documento do género em 50 anos – apela à presença dos migrantes no sector da catequese, promovendo até a sua língua materna, para evitar a “perda dos seus ritos e da sua identidade religiosa”.
Outra nota liga-se à pastoral nas prisões, sustentando que o encontro com a Palavra de Deus “pode consolar e curar até a vida mais devastada pelo pecado, além de abrir espaços para a reeducação e a reabilitação”.
O Directório para a Catequese sublinha a atenção a questões sociais, ecológicas, culturais e espirituais do mundo contemporâneo, propondo uma Igreja “capaz de acolhimento e proximidade, activamente atenta às pessoas que vivem em sofrimento, pobreza e solidão”.
O Vaticano propõe uma catequese “sensível à salvaguarda da criação”, que promove uma cultura da atenção “tanto ao ambiente como às pessoas que o habitam”
“A par de uma preocupante desigualdade social que, muitas vezes, desemboca em alarmantes tensões planetárias, está a alterar-se profundamente o horizonte de significado da própria experiência humana”, adverte.
A Santa Sé realça que a catequese participa no desafio eclesial de se opôr a “processos centrados na injustiça, na exclusão dos pobres, no primado do dinheiro” para se constituir, pelo contrário, em “sinal profético de promoção e de vida plena para todos”.
Falando em dinâmica de conversão missionária, o documento apela para que cada paróquia se interrogue “acerca do tipo de catequese que propõe, sobretudo nos novos contextos sociais e culturais”.
“Cada Igreja particular é convidada a desenvolver da melhor maneira a catequese como expressão evangelizadora dentro do seu contexto cultural e social. Toda a comunidade cristã é responsável pela catequese, ainda que somente alguns recebam do Bispo o mandato para serem catequistas. Estes agem e operam sob forma eclesial em nome de toda a Igreja”, indica o texto.
O documento destaca o papel das associações, movimentos e diferentes grupos eclesiais, bem como das escolas católicas, aludindo ainda ao ensino da religião, defendendo uma distinção “clara”.
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