DOMINGO DA ASCENSÃO, ANO A

A alegria da Páscoa faz-nos encarar a vida com outros olhos. Com a ressurreição de Jesus Cristo, a humanidade foi transformada, teve início uma nova criação: a morte e o pecado foram vencidos, participamos na vida plena e eterna de Deus.

NÃO MAIS DEIXAREMOS DE AMAR

Na solenidade da Ascensão (Ano A), a Igreja oferece-nos a conclusão do evangelho segundo Mateus, uma perfeita síntese teológica. O Ressus­citado confia aos discípulos a conti­nuidade da sua missão e dá-lhes a garantia: «Eu estou convosco todos os dias». Ele já o tinha dito, a propó­sito do perdão e da oração: «onde estão dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles».

Deus connosco e nós com Deus. Je­sus Cristo não é um personagem do passado, um defunto merecedor da nossa veneração. Ele vive e quer­-nos vivos! Em nós, a sua presença é um compromisso: Ele vive para ser nossa companhia e tornar possível um estilo de vida animado pela dinâmica do amor e do serviço, da igualdade e da fraternidade.

O cristão é um discípulo missionário, não é um homem ou mulher que abre o evangelho e se entrega à leitura, refastelado num confortá­vel sofá, com os pés enfiados nas pantufas. O evangelho é um livro de viagem, para ser aberto e lido du­rante o caminho, como peregrinos e em modo de missão.

Eis a missão dos discípulos: teste­munhar com a vida a presença do Ressuscitado. Nesta ‘série’, cheios de entusiasmo, dizemo-lo com o refrão do hino da próxima Jornada Mundial da Juventude: «Todos vão ouvir a nossa voz,/ levantemos os braços, há pressa no ar./ Jesus vive e não nos deixa sós:/ não mais dei­xaremos de amar».

O critério do amor, diz o Papa Fran­cisco, na Mensagem para este Dia Mundial das Comunicações Sociais, exige de nós a proximidade e a compaixão. «Temos urgente ne­cessidade duma comunicação que inflame os corações, seja bálsamo nas feridas e ilumine o caminho dos irmãos e irmãs». Uma comunicação «que saiba deixar-se guiar pelo Espírito Santo […]. Uma comunica­ção que coloque no centro a relação com Deus e com o próximo […]. Uma comunicação, cujas bases sejam a humildade no escutar e o desassom­bro no falar e que nunca separe a verdade do amor».