III DOMINGO DE PÁSCOA, ANO A

Jesus Cristo caminha connosco, mesmo sem darmos conta da sua presença ressuscitada e viva. Ele não nos deixa sós. Ele fala-nos ao coração. Deixemos que o Ressuscitado nos explique o sentido da vida, a partir das Escrituras!

OUVE O TEU CORAÇÃO

O ar pesaroso transforma-se em ardor no coração: «Não nos ardia o nosso coração quando Ele no cami­nho nos falava, quando nos abria as Escrituras?». A tristeza em direção a Emaús passa a caminho da alegria de volta a Jerusalém. Com o cora­ção a arder, cheios de entusiasmo, começam uma nova etapa.

O ardor no coração está associado à visão da fé. O único modo assertivo de lermos os acontecimentos, quais­quer que sejam, é através das lentes da fé pascal. Foi o que aconteceu com os dois discípulos de Emaús. É o que pode acontecer connosco, quando nos dispomos a escutar o Ressuscitado que se aproxima de nós, caminha e conversa connosco, explica-nos o sentido dos aconteci­mentos à luz da vitória pascal.

Jesus Cristo ressuscitado e vivo, cantamos numa estrofe do hino da Jornada Mundial da Juventude, de­safia-te a «olhar para além daquilo que fazes e que não te deixa sorrir e amar», convida-te a colocar as lentes da fé pascal.

A Páscoa anuncia que «Jesus vive e não nos deixa sós», ou, como escre­veu o Papa, na Exortação Apostólica aos jovens e a todo povo de Deus: a Páscoa «é uma garantia de que o bem pode triunfar na nossa vida e de que as nossas fadigas servirão para qualquer coisa. Então podemos deixar de nos lamentar e podemos olhar em frente, porque com Ele é possível sempre olhar em frente».

O Ressuscitado tem o poder de transformar o nosso ar pesaroso em ardor no coração. «Não olhes para trás […]. Ouve o teu coração». É o Senhor quem fala no silêncio do teu coração. Escuta-o com entusiasmo. O Ressuscitado faz renascer em ti a alegria. Recorda o Papa: com Jesus Cristo, «o coração está enraizado numa segurança basilar, que perdu­ra mais além de tudo».

Esta semana, far-nos-á bem ler e reler o capítulo 24 do evangelho segundo Lucas. Somos convidados «a apreciar com o coração a beleza deste anúncio», a deixar que o Se­nhor se aproxime de nós, caminhe e converse connosco, para nos ensinar a viver ressuscitados.