XXVIII DOMINGO COMUM, ANO C

Atenção aos ecos que as palavras deste domingo produzem nos nossos corações! Há o grave perigo de as tomarmos como bem conhecidas! «Mas a palavra de Deus não está encadeada», a graça que nos comunica é sempre nova. Novo e belo é o reconhecimento de Naamã: «Agora reconheço que em toda a terra não há outro Deus senão o de Israel». Aclamemos, exultemos de alegria, cantemos «ao Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou». Pelo dom da fé, que sempre se maravilha perante o amor de Deus, entoemos uma ação de graças sempre renovada. E escutaremos, na eucaristia e na vida: «Segue o teu caminho; a tua fé te salvou». O dom da salvação começa aqui e agora. Da experiência da graça já recebida nasce a gratidão e o louvor.

O louvor e a gratidão são ótimos combustíveis para alimentar a nossa fé. O músico Rão Kyao assemelha a fé ao canto de louvor e à gratidão: «A fé salva. Eu acho que fé é gratidão. Quer dizer, o homem, de repente, vê que sem uma força superior a ele, que é a sua seiva, que é a sua consistência real, percebe que, sem isso, não é nada, e começa a agradecer. Há até aquele dito muito antigo que diz ‘Deus não se pede, agradece-se’». É este modo de louvar e de ser grato que o músico associa à fé. Primeiro, porque a música «é o maior veículo para a divulgação ou exteriorização do mundo espiritual». Depois, porque se o nosso coração não for habitado pela gratidão, diz Rão Kyao, «penso que a vida não tem aquele sabor». A fé acrescenta sabor à nossa vida!