Arquidiocese de Braga -

11 abril 2022

Famílias da Ucrânia e da Rússia escrevem meditação da Via Sacra do Papa

Fotografia

DACS com Agência Ecclesia

O Papa Francisco confiou as meditações e as orações da Via Sacra de Sexta-feira Santa a 15 famílias.

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A meditação da 13.ª estação da Via Sacra do Vaticano, no Coliseu de Roma, foi escrita por famílias da Ucrânia e da Rússia. O Papa Francisco tinha encarregado famílias de várias comunidades de redigir os textos da importante celebração de Sexta-feira Santa.

As duas famílias do Leste da Europa – uma da Ucrânia e outra da Rússia – escrevem que as lágrimas acabaram e que, no decorrer da guerra que começou a 24 de Fevereiro, a raiva deu lugar à resignação.

“Sabemos que Vós nos amais, Senhor, mas não sentimos este amor e isto faz-nos enlouquecer. Acordamos de manhã e sentimo-nos felizes por alguns segundos, mas logo a seguir pensamos como será difícil reconciliar-nos. Senhor, onde estais? Falai no silêncio da morte e da divisão e ensinai-nos a fazer a paz, a ser irmãos e irmãs, a reconstruir aquilo que as bombas teriam querido aniquilar”, escrevem as duas famílias.

O Papa Francisco confiou as meditações e as orações da Via Sacra de Sexta-feira Santa a 15 famílias, que oferecem as suas perspectivas sobre “a dor que a vida pode trazer e os horrores da guerra”. As famílias vão ainda carregar a Cruz esta sexta-feira, dia 15 de Abril, no Coliseu de Roma.

Também uma família de migrantes escreveu a meditação de uma estação da Via Sacra, a 14.ª e última, dizendo que teria “desejado viver” na sua terra mas, por causa do conflito armado, morreu para “o passado”.

“Somos pessoas. Viemos para aqui por amor dos nossos filhos. Morremos cada dia por eles, para que possam tentar viver uma vida normal, sem as bombas, sem o sangue, sem as perseguições. Somos católicos, mas por vezes até isto parece passar em segundo plano relativamente ao facto de sermos migrantes”, acrescentam, partilhando a certeza que, um dia, “a grande pedra contra a porta do sepulcro será removida”.