Arquidiocese de Braga -

16 dezembro 2015

Domingo da Sagrada Família

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"Seja consagrado ao Senhor"

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Ana sentia-se desolada porque não tinha filhos. Pediu a Deus e o filho foi-lhe concedido, numa época em que o povo de Israel se encontrava absolutamente necessitado de um salvador e de um rei. Samuel, o filho que Deus concedeu a Ana, fará a ponte entre o passado (na época dos juízes, anterior à monarquia) e o futuro (centrado na pessoa e na descendência de David com as esperanças messiânicas que dele hão de derivar).

A primeira leitura proposta para a festa da Sagrada Família (Ano C), um texto retirado do Primeiro Livro de Samuel, centra-se na fidelidade de Ana, mãe de Samuel, e o cuidado amoroso que tem para com o seu filho, acolhido como dom de Deus. O importante do texto é o profundo sentido religioso dos protagonistas: a consciência de pertencerem a Deus e a confiança radical.

Assinale-se que, no fragmento do evangelho, a devoção a Deus por parte de Maria e de José manifesta-se numa peregrinação que fazem por altura da Páscoa. Contudo, o objetivo principal é proporcionar o contexto adequado para mostrar a verdadeira fidelidade de Jesus.
No caso de Ana, a fidelidade da mãe alimenta a fidelidade do filho. Samuel foi um dom dado por Deus a Ana; ela, em agradecimento, entrega de novo a Deus esse dom tão desejado: «eu o ofereço para que seja consagrado ao Senhor todos os dias da sua vida».
Num momento de necessidade na história do povo, Deus intervém. Neste caso, Samuel será a pessoa que terá de identificar e investir o salvador real escolhido por Deus: David.
A mãe, Ana, e o menino, Samuel, diante do mistério de Deus, que manifestou a sua generosidade no dom do filho, não podem fazer mais do que prostrar-se e adorar. Confiança e gratidão para com Deus são duas qualidades do crente de todos os tempos.