Arquidiocese de Braga -

Celebrar em comunidade

Itinerário simbólico

Como elemento simbólico para o espaço litúrgico, sugere-se que continue, diante do Altar ou num local visível na Igreja, um saco de serapilheira ou similar aberto. Nele será colocada a semente do “cuidado”, para proteger a vida, amparar os mais frágeis e cultivar a ternura nas relações.

Sugestão de cânticos

[Entrada] Os pastores vieram – F. Santos

[Preparação Penitencial] Kyrie, eleison – Gregoriano IX

[Glória] Glória a Deus nas alturas – F. Santos

[Apresentação dos dons] Glória! Hossana! – B. Salgado

[Comunhão] A Vida que estava junto do Pai – A. Cartageno

[Final] Vamos a Belém beijar o Menino – M. Faria

Eucologia

[Orações presidenciais] Orações da Festa da Sagrada Família

[Prefácio] Prefácio III do Natal do Senhor

[Oração Eucarística] Oração Eucarística III

[Bênção] Bênção solene do Natal do Senhor

Ministérios Litúrgicos

No cuidado por todas as famílias das nossas comunidades, sintamo-nos verdadeiramente cuidadores uns dos outros. Particularmente, pelos casais recém-casados. Por isso mesmo, que o olhar atento, nesta celebração, focalize a sua atenção para esses casais. Por exemplo, nesta celebração, convide-se um jovem casal a exercer o ministério do acolhimento ou do leitorado.

Introdução ao espírito da celebração

Como forma de entrarmos no espírito celebrativo, a admonição inicial pode ser lida por um casal recém-casado ou que celebra bodas matrimoniais: 

Celebramos o dia da Sagrada Família e queremos dedicá-lo a cada família. 

Nas nossas famílias, somos chamados a semear e a cultivar a beleza que salva o mundo:

- a alegria que se partilha, mesmo quando os dias são difíceis;

- a justiça que começa em casa, na forma como tratamos quem vive connosco;

- a paz que nasce de conversas serenas e da capacidade de escutar;

- a solidariedade que nos faz olhar para além das paredes do nosso lar;

- a fraternidade que nos recorda que ninguém se salva sozinho.

Ao encerrar o Jubileu da Esperança, pedimos a Deus Pai, rico em Amor, que todas as famílias sejam verdadeiros Jardins de Esperança!

Introdução à Liturgia da Palavra

Antes da proclamação da Palavra, enquanto se entoa um cântico apropriado, os leitores avançam pelo meio da assembleia com a semente e apresentam-na à assembleia. No final do cântico, enquanto mostram a semente à assembleia, será lida uma admonição orante, que introduzirá brevemente no sentido da escuta da Palavra e do sentido que a semente pretende fazer germinar em nós:

A Palavra de hoje fala-nos do cuidado que protege a vida. José, obediente e atento, torna-se guardião do dom mais frágil, a vida de Jesus e de Maria. Também nós somos chamados a cuidar: das pessoas que amamos, dos que nos são confiados, e da fé que habita em nós. Que esta escuta nos ensine a viver com ternura, a amparar com paciência e a transformar o nosso lar e o nosso coração em lugares de acolhimento, paz e esperança.

Depois dessa admonição, os leitores colocam a semente sobre o saco, seguindo-se a proclamação da Palavra.

Evangelho para todos

Deus quis nascer numa família humana, quis ter uma mãe e um pai, como nós. E, hoje, o Evangelho apresenta-nos a Sagrada Família num êxodo constante, procurando refúgio para manter o Menino são e salvo. É a experiência que muitas famílias pelo mundo inteiro vivem. Nunca nos esqueçamos: Jesus quis pertencer a uma família que enfrentou dificuldades, para que ninguém se sinta excluído da proximidade amorosa de Deus. Por isso, também assumimos para a nossa vida que Deus se encontra presente quando a humanidade está em perigo, como nos sonhos assumidos por todas as famílias. Na simplicidade desta família, o cuidado de José e a ternura de Maria são o suporte para que este Menino viva em plenitude, apesar das exigências e obstáculos do caminho.

Renovação das promessas matrimoniais

Tendo em conta que celebramos o Domingo da Sagrada Família, propõe-se que, após a homilia, se faça a celebração das bodas matrimoniais dos casais aniversariantes deste ano, bem como a renovação dos votos, conforme a seguir se propõe.

Admonitor: Queridos casais que celebrais o Jubileu Matrimonial, queremos saudar-vos com palavras do Papa Leão XIV, no recente Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos: 

“Digo-vos, esposos, com o coração cheio de gratidão e esperança: o matrimónio não é um ideal, mas o modelo do verdadeiro amor entre o homem e a mulher: amor total, fiel, fecundo. O mundo de hoje precisa da aliança conjugal, para conhecer e acolher o amor de Deus e superar as forças que desagregam as relações e as sociedades. Todos nós vivemos graças a uma relação, ou seja, a um vínculo livre e libertador de humanidade e de cuidado recíproco. Se nos amarmos assim, sobre o fundamento de Cristo, seremos sinal de paz para todos na sociedade e no mundo. E não esqueçamos: das famílias nasce o futuro dos povos” (Papa Leão XIV, 1 de junho de 2025).

Celebrante: Recordando o sacramento do vosso Matrimónio, em que unistes as vossas vidas com um vínculo indissolúvel, desejais agora renovar diante do Senhor os compromissos que então assumistes. A fim de que estes compromissos sejam confirmados com a graça divina, orai ao Senhor no íntimo do vosso coração.

Esposo: Bendito sejais, Senhor, que me concedestes a graça de receber (diz o nome em silêncio) por minha esposa. 

Esposa:  Bendito sejais, Senhor, que me concedestes a graça de receber (diz o nome em silêncio) por meu esposo.

Depois, os esposos, de mãos dadas, dizem em uníssono:Bendito sejais, Senhor, porque nos assististes com a vossa graçanos momentos felizes e nos momentos difíceis da nossa vida.Ajudai-nos, nós Vos pedimos, a conservar fielmente o amor recíproco,para que sejamos testemunhas fiéis da Aliança que contraístes com o Vosso Povo.

Celebrante: O Senhor vos guarde em todos os dias da vossa vida. Seja o vosso conforto na tristeza e auxílio na prosperidade, e encha a vossa casa com a abundância das suas bênçãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,

que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Todos: Ámen.

Oração Universal

            V/ Unidos a toda a Igreja, como “Peregrinos de Esperança”, apresentemos a Deus Pai as nossas intenções de oração, neste dia especialmente dedicado às famílias, dizendo: 

R/Senhor, abençoai as nossas famílias.

1. Pelo Papa Leão XIV, pelos Bispos e Sacerdotes, para que estejam sempre próximos das famílias e as ajudem a crescer como famílias cristãs autênticas, oremos, irmãos.

2. Pelos governantes das nações, para que se decidam a abraçar verdadeiros caminhos de paz e deem ao mundo maior esperança no futuro, oremos, irmãos.

3. Pelos casais cristãos, para que redescubram a verdadeira essência do Sacramento do Matrimónio e, mesmo com as dificuldades do dia a dia, lutem por manter vivo o amor e a fidelidade, oremos, irmãos.

4. Pelos jovens, para que, animados pela vivência do Jubileu e pela canonização de Carlo Acutis, se esforcem decisivamente por, como projeto de vida, estar sempre perto de Jesus, oremos, irmãos.

5. Por todas as famílias, para que sejam núcleos de vivência da fé e nelas se criem pontes sólidas entre as várias gerações, oremos, irmãos. 

6. Por todas as comunidades cristãs, para que sejam inundadas pelos dons do Espírito Santo e produzam abundantes frutos do Ano Jubilar da Esperança, oremos, irmãos.

    

   V/ Senhor, nosso Deus, fazei-nos testemunhas de uma Igreja viva, alegre e missionária, capaz de levar Jesus a todos e todos a Jesus. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.

   R/ Ámen. 

    

    

Encontrar o Pão na Palavra

Meditação Eucarística

A celebração da Eucaristia herda dos três meios cultuais litúrgicos judaicos. Em primeiro lugar, ela herda da liturgia sacrificial do Templo de Jerusalém. O sacrifício da Cruz, tornado atual no altar da igreja, simultaneamente renova e leva à sua plenitude os sacrifícios realizados pelos levitas no Templo. Por outro lado, na Missa, a liturgia da Palavra lembra muito justamente a liturgia sinagogal, centrada no canto e na proclamação da Tora. Todavia, a Eucaristia foi instituída numa refeição pascal familiar. Este espaço litúrgico primordial, doméstico e familiar, faz do nosso altar também uma mesa à volta da qual Deus reúne os seus filhos. Refeição familiar, imagem do banquete da família de Deus, reunida no Reino dos Céus.

Sair em missão

Oração 

Esta oração pode fazer-se no momento pós-comunhão como Consagração das Famílias. Depois do cântico, as famílias são convidadas a rezar a Oração de Consagração das Famílias todas juntas:

Deus, Pai de bondade, 

faz das nossas casas pequenas igrejas domésticas, 

abertas à partilha e à solidariedade, 

onde ninguém se sinta sozinho ou excluído.

Senhor Jesus Cristo,

Peregrino connosco no caminho da vida,

a Ti consagramos as nossas famílias:

Tu que nasceste no seio de uma família humana, 

abençoa os lares da nossa Arquidiocese, 

para que sejam lugares de fé, de comunhão e de serviço.

Espírito Santo, 

renova os corações dos esposos,

fortalece os vínculos de amor e de fidelidade, 

sustenta os filhos na alegria da vida nova 

e ampara os avós e os idosos como guardiães da memória e da esperança.

E que Maria, a Mãe da Esperança,

nos ensine a confiar nas promessas de Deus e a permanecer firmes e fiéis,

para que as nossas famílias sejam, no mundo,

peregrinas da “Esperança que não engana”,

para glória do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Ámen.      

Missão da Semana

Nas mágoas da vida, há, porventura, feridas entreabertas com algum familiar. Tendo em conta o exemplo da Sagrada Família, possamos, nós, convertermo-nos a este Evangelho, fomentando o cuidado pelas relações vulneráveis que ainda persistem. Conscientes da exigência para curar feridas, tomemos a iniciativa de reatar, com amor, essa relação familiar mais distante.