Arquidiocese de Braga -
9 julho 2024
XV Domingo Tempo Comum | B
“Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois”
Semente de amor
“Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois”
Celebrar em comunidade
Itinerário simbólico
Convite a colocar dois cajados e dois pares de sandálias diante do altar.
Sugestão de cânticos
[Entrada] Cristo hoje nos chama - Michel Wackenheim
[Apresentação dos dons] Não fostes vós que Me escolhestes – Az. Oliveira
[Comunhão] Bendito seja Deus – F. Santos
[Final] Ide por todo o mundo – M. Faria
Eucologia
[Orações presidenciais] Orações próprias do Domingo XV do Tempo Comum (Missal Romano, 409)
[Prefácio] Prefácio da Oração Eucarística V/C (Missal Romano,1169)
[Oração Eucarística] Oração Eucarística V/C (Missal Romano, 1170ss)
Homilia
Enviados a pregar: ao longo da história da salvação, Deus desafia homens e mulheres para que colaborem com Ele no anúncio da Boa Nova do seu amor salvador. Jesus envia, num primeiro momento, os doze (mais tarde enviará 72 discípulos), para que colaborem com Ele nesta missão de anúncio, pelos povos e aldeias locais. Jesus escolheu-os para que estivessem com Ele e para os enviar em missão. Chegou o momento: os doze conviveram com Jesus, escutaram-nos, aprenderam com Ele. Agora são enviados a pregar a salvação de Deus, a curar os enfermos e possuídos pelo maligno, tal como Jesus também fazia. Depois da Páscoa, Jesus os enviará a uma missão definitiva: fazer discípulos por todos os povos, anunciar o Evangelho em todo o mundo. Tal como os doze, também nós, que celebramos com fé a Eucaristia, somos convidados a dar testemunho d’Ele na nossa vida.
Enviados em pobreza evangélica: um aspeto importante do envio que Jesus faz aos seus discípulos é o estilo pobre e austero da missão. No livro da Profecia de Amós, ouvimos o profeta a defender-se de Amasias, afirmando que não pretendia “ganhar a vida” com a sua profecia, mas, acima de tudo, responder a um ministério que lhe fora confiado por Deus. Por isso, não agia em interesse próprio. Jesus também pede aos Apóstolos para agirem desinteressadamente. A missão deve ser assumida com um espírito de pobreza e simplicidade, desprendidos do supérfluo, sem apego a riquezas, tal como o Mestre que nem tinha onde reclinar a cabeça.
A bênção de Deus e a bênção a Deus: S. Paulo, no início da carta aos Efésios, vê a história da salvação através de uma grande bênção, tanto da parte de Deus para connosco, como da nossa parte para com Ele. Esta bênção, em ambas as direções, está centrada em Cristo Jesus e foi selada pelo Espírito Santo que é dom e garantia da nossa herança final. Na doxologia final da oração eucarística, recordamos precisamente essa centralidade cristológica: “Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre”. Esta é a chave para vivermos a nossa fé, mesmo fora da celebração, pois somos benditos de Deus que O bendizem e louvam a cada momento, quando vivem na alegria e gratuidade.
Oração Universal
V/ Irmãs e irmãos: supliquemos a Deus Pai que nos mostre a sua misericórdia e dê a salvação à Santa Igreja, dizendo de coração sincero:
R/ Mostrai-nos, Senhor, o vosso amor.
Pelo Papa Francisco e por todos os bispos, presbíteros e diáconos, para que celebrem os mistérios de Jesus Cristo com alegria e fervor sempre renovados, oremos.
Pelos apóstolos que Jesus continua a enviar, para que, sem alforge nem dinheiro, anunciem o arrependimento e a paz, oremos.
Pelos que têm fome e pelos doentes, pelos rejeitados e por todos os que sofrem, para que encontrem alívio junto de Deus e das pessoas, oremos.
Por todos aqueles que Deus abençoou e escolheu, e pelos que chamou à fé e marcou pelo Espírito, para que sejam santos e irrepreensíveis na sua presença, oremos.
Por todos nós aqui reunidos em assembleia, para que Deus nos conceda o perdão dos pecados e a vontade de cumprir os mandamentos, oremos.
V/ Senhor, nosso Deus e nosso Pai, que nos destes a conhecer a vossa vontade de renovar todas as coisas em Cristo, iluminai os olhos do nosso coração, para sabermos a que esperança fomos chamados. Por Cristo, Senhor nosso.
R/ Ámen.
Momento pós-comunhão
No momento de pós-comunhão, recitar o seguinte poema de José Augusto Mourão, intitulado “O Passante”:
“àqueles que viajam / desde o despontar do dia / concede a tua luz laranja / / que os nossos lábios te louvem / e as portas dos nossos corações / de par em par se abram / e permaneçam assim abertas / aos que passam, / / tu o passante / da noite terrível da solidão / e do abandono, / Deus do que sabe o dia / e teme a noite, / e a cada um conhece pelo nome”.
Envio missionário
V/ Ide, dois a dois, bendizer as maravilhas que Deus faz por vós!
R/ Ámen.
V/ Ide pregar que Cristo curou as vossas enfermidades!
R/ Ámen.
V/ Ide anunciar que o Espírito Santo é a garantia da nossa herança, como filhos de Deus!
R/ Ámen.
Semear caridade
Acólitos
Numa celebração, os ministros caminham muitas vezes dois a dois, um ao lado do outro. A isto podemos procurar um sentido que vai para além da procura de uma estética simétrica. Uma estrela rock brilha acompanhada de uma série de figurantes em pano de fundo. O ministro do altar não se exibe a si próprio, mas testemunha, com outros, de um Evangelho que não é seu, e esse testemunho é, por essência, coletivo.
Leitores
Por vezes, aquele que anuncia a Palavra de Deus pode tomar-se por um anunciador de maus presságios sobre a assembleia, que esta rejeita e a que o profeta reage com um certo desdém como Amós. Todavia, no fim da leitura, o leitor volta para a assembleia, o seu lugar natural, e, aí, ele deve reescutar no seu coração o texto não como algo proclamado para os outros, mas como um apelo à conversão dirigido também a si próprio.
Ministros Extraordinários da Comunhão
Jesus enviou os discípulos dois a dois. O testemunho coletivo tem uma força maior e revela melhor a sua natureza eclesial. Por isso, seria bom que, pelo menos pontualmente, os MEC fossem dois a dois a casa dos doentes. Assim significariam melhor que não é um MEC individualmente que vai levar a Comunhão a casa de um doente, mas antes a Deus que, através da comunidade eclesial, visita os seus filhos.
Músicos
A verdade do Evangelho exige o despojamento do enviado. Por isso, Jesus pede aos arautos da Boa Nova uma grande sobriedade. Todavia, se a pessoa deve ser despojada, a mensagem não. Pela música, a Palavra de Deus é embelezada, reforçada, enriquecida e salientada. Para que o Evangelho brilhe, o ministro deve diminuir e apagar-se, mas, pelo enriquecimento musical, a Palavra deve ecoar num esplendor sempre novo.
Sair em missão de amar
Como podemos ser testemunhas de Jesus de forma mais sóbria e desprendida? Procurar na nossa vida ultrapassar e abdicar do que é supérfluo e nos impede de viver uma entrega total e plena à missão que Jesus nos confia.
Download de Ficheiros
B_Comum_15.doc
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