Arquidiocese de Braga -
9 março 2016
Lectio Divina de Março
“Parábola do Filho Pródigo”
III. O rosto do Deus da misericórdia
2. Lc 15, 11-32 (A parábola do pai e dos dois filhos, vulgarmente conhecida como “parábola do filho pródigo”)
O texto
11Disse ainda: “Um homem tinha dois filhos. 12O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde’. E o pai repartiu os bens entre os dois. 13Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. 14Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações.
15Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. 16Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
17E, caindo em si, disse: ‘Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! 18Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; 19já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros. 20E, levantando-se, foi ter com o pai.
Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos. 21O filho disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho’.
22Mas o pai disse aos seus servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés. 23Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, 24porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado’. E a festa principiou.
25Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças. 26Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. 27Disse-lhe ele: ‘O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo’.
28Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. 29Respondendo ao pai, disse-lhe: ‘Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; 30e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo’. 31O pai respondeu-lhe: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado’”.
Introdução
Antes de nos aproximarmos do texto, preparamos o nosso interior para o acolhermos como Palavra de Deus. Colocamo-nos na presença do Senhor, lendo estas palavras da Escritura: “Repara que coloco hoje diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. Assim, ordeno-te hoje que ames o Senhor teu Deus, que andes nos seus caminhos, que guardes os seus mandamentos, preceitos e sentenças” (Dt 30, 15-16). Fazemos uns momentos de silêncio e concluímos com uma breve oração, pedindo ao Senhor que abra os nossos corações para entender a sua Palavra.
1. Leitura atenta do texto (Lectio)
Neste primeiro momento, a atenção fixa-se no texto, para descobrir qual a mensagem que o autor quis transmitir aos seus destinatários.
a) Leitura. Proclama-se, em voz alta, a parábola, enquanto todos escutam atentamente.
b) Silêncio. Todos lêem novamente a parábola e consultam as notas da Bíblia. Depois, reflectem sobre estas perguntas:
. Que personagens intervêm nesta parábola?
. Como age cada um e como reage diante do que os outros fazem ou dizem?
. Que razões têm para agir desse modo?
. Há algo que te pareça ilógico ou chocante nesta história?
. Que relação há entre a parábola e a situação em que Jesus a pronuncia? (ver Lc 15, 1-2).
c) Partilha. Os participantes partilham o que descobriram na sua reflexão.
2. A mensagem do texto (meditatio)
Neste segundo momento, a atenção concentra-se na descoberta da mensagem da Palavra na nossa situação pessoal, comunitária, social.
a) Leitura. Lê-se, de novo, a parábola, em voz alta, e todos escutam com atenção.
b) Silêncio. Cada um lê o texto em silêncio e pergunta a si mesmo:
. Com qual dos personagens da parábola te identificas espontaneamente? Porquê?
. Que imagem de Deus descobres para a tua vida, nesta passagem? É compatível com outras ideias de Deus que, por vezes, temos?
3. A palavra exige uma resposta (oratio-actio)
Neste terceiro momento, respondemos com a nossa vida, a partir da luz que nos foi dada pela palavra de Deus. Podemos fazê-lo numa oração, num compromisso pessoal ou em ambas as coisas.
a) Leitura. Lê-se outra vez o texto, em voz alta, enquanto todos escutam com atenção.
b) Silêncio. Cada um reza pessoalmente, exprimindo o que a Escritura o convida a pedir a Deus, procurando ver como pôr em prática a proposta que a Palavra nos faz. Procurar uma conversão pessoal, uma acção em favor da comunidade, um trabalho social.
c) Partilhar. Cada um pode fazer uma breve oração, reflexo do que fez no tempo de silêncio ou partilhar o compromisso a que se propôs.
Conclusão
O encontro termina com uma oração comum ou um cântico apropriado.
Pode rezar-se o Sl 1 que nos apresenta as duas possíveis opções de vida.
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