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Departamento Arquidiocesano da Pastoral Familiar | 10 Jun 2006
A Família e os Valores na sociedade hodierna
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Bento XVI denunciou esta semana, em Roma, os ataques à família na sociedade actual, referindo que “a família, realidade humana fundamental, está seriamente corrompida e ameaçada". O Papa falava na abertura do Congresso eclesial de Roma, dedicado ao tema “A alegria da fé e a educação das novas gerações”. No seu discurso inaugural, Bento XVI pediu, em especial, aos jovens que se libertem do “preconceito amplamente difundido de que o Cristianismo, com os seus mandamentos e obrigações, coloca demasiados obstáculos à alegria do amor, impedindo de saborear aquela felicidade que o homem e a mulher procuram no seu amor recíproco”. O Papa falou do “estranho esquecimento de Deus, hoje existente em várias partes do mundo”, acrescentando que "deste esquecimento nascem muitos rumores efémeros, polémicas inúteis e também uma grande insatisfação e uma sensação de vazio". Nesse sentido, o Papa convida-nos a todos a ser "portadores da esperança que nasce da certeza da fé”: ajudaremos assim os nossos irmãos e concidadãos a reencontrar o sentido e a felicidade nas suas vidas. Também, esta semana, o Conselho Pontifício para a Família publicou um documento “Família e Procriação humana” onde se critica as uniões homossexuais. No texto é feita uma referência às “insólitas uniões” entre homossexuais e aos “ataques violentos” contra a família e o matrimónio tradicional, considerando que os mesmos são um sinal do “eclipse de Deus”. Segundo a nota explicativa do documento, a intenção desta nova publicação é “ser objecto de estudo, tanto na sua doutrina, como na sua aplicação pastoral”. Neste sentido, o Departamento da Pastoral Familiar realiza no dia 17 de Junho pelas 14.30 uma Jornada de formação subordinada ao tema “A Família e os Valores”. Este evento terá lugar no Auditório do Colégio D. Diogo de Sousa com a presença do Pe Dr. Vasco Pinto de Magalhães (Actualização dos valores cristãos na família) e do casal Dra. Conceição Maia e Dr. José Maia (Os valores nas relações interpessoais nos microcosmos familiares). No horizonte da família na sociedade actual, detectamos os seguintes desafios: - Independência dos cônjuges entre si. Seguramente esta concepção possui por base o individualismo presente na sociedade como um todo. Este apresenta-se como um obstáculo para a vivência da comunhão, de uma espiritualidade conjugal mais profunda, do diálogo, entre outros; - Graves ambiguidades acerca da relação de autoridade entre pais e filhos. Vê-se no quotidiano familiar o desejo dos filhos de se tornarem, cada vez mais, autónomos, em relação aos pais. De outro lado, nota-se uma certa ausência de muitos pais na educação dos filhos. Esta é, às vezes, motivada por necessidades económicas, onde, pai e mãe são obrigados a trabalhar. Mas também por influência negativa dos meios de comunicação social dentro de casa, ex.: em família onde cada um tem a sua TV, dificilmente cria-se ocasião para o diálogo. Ou ainda, por desencontros em horários de trabalho, entre outros; - Dificuldades concretas que a família muitas vezes experimenta na transmissão dos valores. Vimos que hoje impera a “ditadura do relativismo”, gerando uma ética da situação, um subjectivismo desenfreado. Tudo isto quer colocar em crise a validade dos valores, que antes fundamentavam e iluminavam a família, tais como, amor, fidelidade, respeito. Além disso, a mentalidade hedonista, banaliza a sacralidade do ato conjugal; - Número crescente de divórcios. Vê-se uma instabilidade terrível no relacionamento conjugal. Troca-se de parceiro com muita facilidade. O sacramento do matrimónio, com sua graça santificante e os deveres a ele implícitos, não é vivido intensamente por muitas famílias; - A praga do aborto. É angustiante, actualmente, o desrespeito pela vida. O homem e a mulher parece considerarem-se os autores da vida e, por isso, sentem-se no direito de decidirem sobre a sorte do outro. Esquecem-se que a vida é dom de Deus. Além disso, a não aceitação de que a vida é um processo ininterrupto, indo da concepção à morte natural, faz com que alguns se sintam no direito de interromper ferozmente este ciclo, quando acham conveniente. Além disso, o avanço inadequado de várias biotecnologias coloca em risco o bem integral da pessoa humana; - Recurso cada vez mais frequente à esterilização. Sentindo-se como proprietários de seu ser, homem e mulher, decidem-se sem escrúpulos sobre si mesmos. Com uma atitude anti-vida, interrompem o funcionamento natural do organismo humano e eliminam um dos pilares que sustentam a profundidade do ato conjugal (dimensão procriativa). Com isto, interferem negativa e directamente no plano da criação divina; - Por fim, a instauração de uma verdadeira e própria mentalidade contraceptiva. A busca do prazer pelo prazer, a irresponsabilidade no relacionamento com o outro, a redução no valor do outro, a super-valorização do eu e o desprezo pela moral cristã, são elementos que contribuem para a formação desta mentalidade. Todos os desafios da sociedade hodierna e da família constituem um mosaico complexo, sobre o qual, a Igreja, através da Pastoral Familiar deve evangelizar. De outro lado, não são só sombras que estão presentes em nossa realidade. Mas temos luzes que nos dão esperança: Por um lado, de facto, existe uma consciência mais viva da liberdade pessoal e maior atenção à qualidade das relações interpessoais no matrimónio, à promoção da dignidade da mulher, à procriação responsável, à educação dos filhos; há, além disso, a consciência da necessidade de que se desenvolvam relações entre as famílias por uma ajuda recíproca espiritual e material, a descoberta da missão eclesial própria da família e da sua responsabilidade na construção de uma sociedade mais justa. P.e Domingos Paulo Costa Oliveira Departamento Arquidiocesano da Pastoral Familiar
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