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D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga | 8 Mai 2006
Vocação é alegria de viver
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Há alguns anos temos colocado a Ordenação dos Diáconos no encerramento da Semana de Oração pelas vocações de especial consagração. Não foi duma maneira gratuita que efectuamos esta escolha. A escolha do dia obedeceu à vontade de manifestar que o chamamento de Deus continua a acontecer e que as nossas comunidades confirmam a generosidade dos jovens. A vocação sacerdotal é, deste modo, uma realidade actual e nunca um projecto de vida ultrapassado. O que presenciamos desmente os pessimismos. A Arquidiocese sabe que estamos comprometidos na renovação da Pastoral Familiar. Também situo estas ordenações neste contexto. 1 - A vocação é sempre um dom de Deus à família mas, simultaneamente, ela é um dom da família. As vocações nascem e desenvolvem-se nas famílias e estas deveriam assumir-se como viveiro onde o clima do amor de Deus experimentado convida a entregar-se. Por outro lado e perante uma diminuição crescente da natalidade, a que muitos atribuem a principal causa da escassez das vocações, teremos de evidenciar que a família se enriquece quando parece perder um filho ou uma filha. Na verdade, se fizéssemos um questionário aos pais dos sacerdotes e das religiosas sobre os horizontes da sua maternidade ou paternidade, todos reconheceriam, quando a consagração é sincera e autêntica, que a família alarga-se e ganha-se com a presença e o conforto dos membros da Igreja como família de Deus. Agradeço, por isso, à pastoral familiar que nunca negligencie esta grande verdade: Deus não tira. Ele dá tudo. A família dá, mas recebe muito mais pois a vocação é um dom da família à Igreja, mas, também e sobretudo um dom que Deus faz à família. 2 - A mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações conduz-nos a outra reflexão. Todos os cristãos formam “uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo da particular propriedade e, de Deus” (cf. 1 Pedro 2,9). A Igreja é mistério onde todos se sentem vocacionados, “escolhidos em Cristo antes de criar o mundo” (Ef. 1, 3). Trata-se dum chamamento do Amor de Deus e duma multiplicidade de vocações a desenvolver-se na Igreja. Daí que o grande trabalho pastoral consista neste fazer compreender uma consciência vocacional universal. O cristão é sempre privilegiado com o chamamento de Deus para a alegria de crescer numa intimidade com Ele e na responsabilidade de O dar a conhecer aos outros. Se temos poucas vocações de consagração talvez a causa se encontre nesta diminuta consciência de pertença a Deus e à Igreja por parte dos nossos cristãos. Trata-se do húmus que vai suscitar o desenvolvimento da consagração baptismal. Só uma comunidade com consciência vocacional pode oferecer vocações. 3 – A comunidade é vida de relação fraterna. Simultaneamente é acção ministerial, ou seja, vivência de serviços eclesiais como algo imprescindível e estruturante. Direi que a vitalidade duma comunidade está na quantidade e qualidade dos ministérios como serviços desempenhados conscientemente pelos leigos. Nesta perspectiva, e regressando à responsabilidade das famílias na promoção das vocações, quero deixar uma palavra sobre os acólitos que a comunidade tem de acompanhar e a que o nosso Departamento da Pastoral Litúrgica irá proporcionar meios para que, em termos de Arquidiocese apareçam como um serviço estruturado do qual podemos esperara vocações sacerdotais e religiosas. Recordo quanto o Papa João Paulo II dizia aos sacerdotes. “…caros irmãos sacerdotes, privilegiai, juntamente com outras iniciativas a atenção aos acólitos, que constituem uma espécie de “viveiro” de vocações sacerdotais” (Quinta-Feira Santa 2004). No mesmo momento sublinhava que o grupo de acólitos na paróquia pode formar “uma espécie de pré-seminário” desde que possa contar com a cooperação de famílias e catequistas tornando-se um caminho de crescimento cristão em ordem ao discernimento vocacional. Como os diáconos são ordenados também para o serviço do altar, sugiro aos sacerdotes que estruturem um verdadeiro serviço de acólitos dando-lhes um acompanhamento espiritual profundo. A beleza da liturgia exige um “trabalho” que “funciona” de maneira imaginativa numa harmonia com as orientações litúrgicas (coloquei trabalho e funciona entre aspas). Só que nunca podemos cair no domínio da eficácia fria. A liturgia exige vivência interior e não só trabalho. Daí que são importantes momentos de oração, de formação cristã, de verdadeira espiritualidade. O Departamento Arquidiocesano da Liturgia irá elaborar esquemas e encontros que ajudem. Para o efeito será criado um Serviço Arquidiocesano para os Acólitos, com este nome ou outro, que sublinhe melhor este itinerário de vida espiritual como ambiente vocacional. Continuemos a nossa acção de graças por esta ordenação de três diáconos e fixando-nos nas nossas famílias ofereçamos-lhes uma ajuda para que gerem vocações de consagração. Que as mães, a quem saúdo neste dia Dia da Mãe, reconheçam que a educação também deve ter este apontar o caminho de consagração. + Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo Primaz
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