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Carlos Nuno Salgado Vaz | 3 Jul 2016
A alegria do amor – 11
Aprender a amar alguém não se improvisa.
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  © António Silva (Diário do Minho)

Algumas das perspetivas pastorais apresentadas no capítulo VI vão no sentido de fazer experimentar aos noivos que o Evangelho da família é alegria que «enche o coração e a vida inteira» (número 200). Mas para a Igreja poder chegar de verdade às famílias, com o desejo de acompanhar todas e cada uma delas a fim de que possam descobrir a melhor saída para as dificuldades que encontram no seu caminho, exige-se-lhe uma profunda «conversão missionária».

Não basta um anúncio meramente teórico e desligado dos problemas reais das pessoas. «A pastoral familiar deve fazer experimentar que o Evangelho da família é resposta às expectativas mais profundas da pessoa humana: a sua dignidade e plena realização na reciprocidade, na comunhão e na fecundidade. Não se trata apenas de apresentar uma normativa, mas de propor valores» (201).

A paróquia, família de famílias, continua a ser hoje quem melhor pode contribuir para a pastoral familiar. E se é necessária uma pastoral específica das e para as famílias, também «há necessidade de uma formação adequada dos presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, catequistas e restantes agentes pastorais» (202).

Noivos: preparação próxima

Destaque ainda para a afirmação de que «toda a comunidade cristã deve estar empenhada na preparação dos noivos para o matrimónio». Como necessário é que haja «programas específicos de preparação próxima para o matrimónio que sejam verdadeira experiência de participação na vida eclesial e aprofundem os vários aspetos da vida familiar» (206).

Isto não quer dizer que há que ensinar todo o catecismo aos noivos ou saturá-los com demasiados temas. E como bom jesuíta, Francisco cita uma máxima de Inácio de Loiola: «não é o muito saber que enche e satisfaz a alma, mas o sentir e saborear interiormente as coisas».

Interessa muito mais a qualidade do que a quantidade, dando prioridade aos conteúdos que, se transmitidos com atraente cordialidade, os ajudarão a comprometer-se num percurso da vida toda, com ânimo grande e liberalidade. Clarifica ainda melhor: «trata-se de uma espécie de iniciação ao sacramento do matrimónio, que lhes forneça os elementos necessários para poderem recebê-lo com as melhores disposições e iniciar com uma certa solidez a vida familiar» (207).

Noivos: preparação remota

Há que encontrar ainda maneira de oferecer aos noivos «uma preparação remota que faça amadurecer o amor deles com um acompanhamento rico de proximidade e testemunho.... Aprender a amar alguém não é algo que se improvisa, nem pode ser o objetivo de um breve curso antes da celebração do matrimónio» (208).

Favorecer ao máximo o diálogo entre os noivos é um dos melhores caminhos para superar os efeitos do deslumbramento inicial que leva a procurar esconder ou relativizar muitas coisas, a evitar as divergências, com o que apenas se adiam para depois as dificuldades do relacionamento verdadeiro e harmonioso em casal.

«Os noivos deveriam ser incentivados e ajudados a poderem expressar o que cada um espera de um eventual matrimónio, a sua maneira de entender o que é o amor e o compromisso, aquilo que se deseja do outro, o tipo de vida em comum que se quer projetar».

Se reinar apenas o desejo, as coisas não podem correr bem, pois nada é mais volátil do que ele (209). É por isso que muitos chegam às núpcias sem se conhecerem verdadeiramente. «Limitaram-se a divertir-se juntos, a fazer experiências juntos, mas não enfrentaram o desafio de se manifestar a si mesmos e apreender quem é realmente o outro» (210).

Muitos desdenharão o conselho de frequentar o sacramento da reconciliação, mas é ele «que permite colocar os pecados e os erros da vida passada e da própria relação sob o influxo do perdão misericordioso de Deus e da sua força sanadora» (211).

E se os noivos estiverem cientes de que o que realmente importa é o amor que os une, fortalecido e santificado pela graça, serão capazes de optar por uma festa simples e austera, que mostre bem que o amor é colocado acima de tudo. «Os agentes pastorais e toda a comunidade podem ajudar para que esta prioridade se torne norma e não a exceção» (212).

Francisco propõe ainda que os noivos aprendam a rezar juntos, um pelo outro «pedindo a Deus para serem fiéis e generosos, perguntando juntos a Deus que espera deles, e inclusive consagrando o seu amor diante de uma imagem de Maria» (216).

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